Não poderia ser diferente!

Realmente não teria sentido iniciar este espaço sem uma homenagem àqueles que participaram dos meus primeiros passos no esporte: Léo, Charles, Dani, Binho, Ciano, Francisco, Buiú, Talquinho, Dengo, Rogério, Bubu, Mário, Marquinho… E tantos outros que serão representados pelas reticências das minhas memórias mais especiais.  Foi na famosa Pracinha, em frente à minha casa, onde tudo começou. Várias “cabeças de dedo” arrancadas, partidas intermináveis de futebol… Coisa de criança!

A partida começava no início da manhã, reiniciava após o almoço (isso quando parávamos para almoçar) e reiniciava novamente no final do dia. Reiniciava? Que nada, não terminava nunca! Parecia que nossa vida girava em função de nossas partidas de futebol.

Traves de madeira, de metal, chinelos empilhados… Enquanto o Dani chorava, o Charles “roubava” pra ganhar as partidas, o Léo driblava, o Ciano perturbava o Dani e o Binho brigava (também com o Dani), eu me emocionava, me dedicava, me alegrava. Aquilo era a minha vida, meu espaço, meu vício. Pra mim o dia não tinha graça quando eu não jogava bola. De tanto implicarem com o Dani, ele ficava zangado, começava a chorar, saía do jogo, deixava um time com um peladeiro a menos e, ainda por cima, levava a bola (é, ele era o dono da bola). A gente tinha que implorar pra ele voltar… Era sempre assim, mas a gente queria que fosse assim. Nós gostávamos muito!

A gente deixava de almoçar, de estudar, de tomar banho, mas não deixava de jogar bola. Às vezes soltávamos pipa, fazíamos corrida de lagarta, brincávamos de esconder, jogávamos vôlei, queimado. Mas era de vez em quando mesmo. A turminha da Rua Escritor Veiga Cabral queria mesmo era jogar bola.

Eu me sentia tão bem quando estava com eles, jogando bola, correndo, gritando. Eram meus amigos! E são até hoje! E serão pra sempre! PRA SEMPRE, mesmo que a vida tenha nos levado para outro estado, outro bairro, outro lugar qualquer! Sinto falta deles, sinto mesmo!

Foi-se o tempo, ficaram as lembranças (as inesquecíveis lembranças). Hoje, depois de tanto tempo, depois de me tornar um jornalista, resolvi dar ouvidos aos meus amigos que sempre me pediram para fazer um blog e escrever sobre alguma coisa. Mas, blog de quê? Política? Economia? Cultura? Moda? Sim, todos esses temas são importantes na minha vida e na vida de tantas e tantas pessoas. Mas resolvi escrever sobre esporte. Mas por que esporte? Isso é mais forte do que as outras coisas na minha vida? Não, não é… Mas eu tinha que escrever sobre alguma coisa e resolvi seguir por esse tema pra não deixar morrer a minha infância pobre, digna, extremamente simples, mas muito, MUITO feliz. E isso não vai me impedir de falar sobre várias outras coisas aqui ou em outros espaços por onde os caminhos do jornalismo me levar.

Então, pessoal, espero que seja proveitoso para todos nós! Pra mim já valeu pelo simples fato de ver essa foto e lembrar de tudo. Quem me conhece já imagina que eu escrevi isso tudo com muitas lágrimas nos olhos…

Vamos interagir e, quem sabe, um dia a gente se encontre na Pracinha pra jogar uma bola? Será um prazer!

Gustavo Beroli

Um comentário a “Não poderia ser diferente!”

  1. Pior que era mesmo, caraca passou um livro que fala sobre vidas, vizinhos, amigos e irmãos, tudo tão velho que cheira a naftalina e tão novo como os mais sofisticados perfumes, mas que nunca fora cair no esquecimento de ninguém da nossa velha turma, hoje com 36 anos lembro daquela foto que o tempo quase desbotou, dos nossos sonhos, brincadeiras e tudo mais que cabia em nosso coração juvenil, poxa era tão bom, lembrei também que você esqueceu de mencionar que nossas partidas nunca acabavam mesmo, elas davam apenas uma pausa pra dormir e recomeçar no caminho da escola, chutando pedras, latas, garrafas oque tinha na nossa frente, e saiamos da escola e continuava a pelada pela rua, na ida para a igreja era a mesma coisa, não tinha tênis conga ou kichute que nos aguentava. Realmente eramos os reis da bola. Mas como um rio, nossa vida segue um fluxo intenso, rápido demais para se acompanhar, por isso que dizem que a vida é curta, porque derrepente nos deparamos que ja estamos ficando velhos e so damos conta de que a vida passou quando olhamos para traz, mas so acha que a vida e curta demais quem não tem historias como essa para contar, para lembrar, realmente, nossa vida foi e é bem plena, feliz e nem tão como nós sonhamos que seria né, mas tenho certeza que todos da nossa turma são felizes, porque teremos sempre lembranças como essa para provar isso…
    E como um irmão, sinto um grande orgulho de você, pelo que você representou e representa na minha vida e minha historia, pelo oque você lutou e conseguiu, pelo seu sonho realizado e principalmente pelo tio e tia que eu sei que quando chegar a hora deles, estarão muito felizes, pois eles tiveram a oportunidade de ver o filho e a filha serem grandes pessoas e por saberem que foram eles que regeram tão bem a orquestra de sua vida.
    Obrigado por fazer parte da minha historia irmão…
    Abração,
    Charles Geraldo

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