Que mané responsabilidade?

A vida do Redator não tem a mínima rotina. Se hoje ele escreve sobre economia, a pauta de amanhã vem recheada de sabor com a gastronomia, ao mesmo tempo em que surge uma necessidade urgente de redigir linhas significantes a respeito das melhores dicas para fugir do estresse. O dia que começa com esporte, pode muito bem terminar com autoestima e reflexão.

E é nessa mistura insana que passamos por praticamente todos os assuntos sem perceber que temos a responsabilidade de, antes de produzir conteúdo que será relevante para alguém (ou “alguéns”), estudar sobre aquilo, apurar, entender como funciona, usar fontes relevantes, ouvir e ler as pessoas que realmente estudaram e estudam todos os dias sobre esse ou aquele segmento.

Neste contexto louco e superabundante de informação (útil e inútil), o Jornalista de verdade precisa a todo o momento se lembrar de quem ele é, qual a sua função e para que servem as palavras que ele escreve e/ou fala.

Sabemos, de fato, que todo Jornalista é, na essência, um Produtor de Conteúdo. Mas nem todo Produtor de Conteúdo é um Jornalista.

Eu considero ambas as funções muito importantes! Mas o ponto em questão é que, infelizmente, encontramos conteúdo e informação que são mero resultado de “achismos”. Vivemos na época do “todo mundo sabe tudo e influencia todo mundo”.

Quando decidi ser Jornalista, aprendi que a palavra RESPONSABILIDADE é muito mais importante do que views, likes, comentários e compartilhamentos. A enorme necessidade de dizer algo (seja lá o que for) tem cegado muitos Produtores de Conteúdo e muitos Jornalistas, que acordam com a pretensão de mudar o mundo a todo custo.

Mas só serve a mudança quando ela segue fielmente aquela “teoria” sem embasamento algum. É o simplesmente “eu acho que é isso e pronto”. “Mas por que você acha isso?”. “Porque eu acho e ponto final”.

E o outro lado? E as discordâncias? E as ponderações? E o direito de resposta?

Alguns amigos riem de mim quando falo que temos que ser isentos.

“Isso nunca existiu, Beroli”.

Eu acredito muito nisso, apesar de muitos afirmarem que é lenda.

Acredito que a Responsabilidade com o que falamos e escrevemos deve ser o ponto norteador de tudo o que compartilhamos em sites, blogs, jornais, revistas, canais, redes sociais e mensagens instantâneas.

Romântico? Que seja! Mas eu acredito que assim é a melhor maneira de errarmos menos.

Em especial, nesse momento delicado que o mundo vive, que tenhamos a responsabilidade de cada um ficar no seu quadrado.

Médicos e cientistas não são políticos. Políticos não são médicos ou cientistas. Jornalistas e Produtores de Conteúdo não são médicos, políticos ou sanitaristas. Sanitaristas, políticos e médicos não são Jornalistas.

TODOS têm a sua missão e a sua importância, mas só vai dar certo quando cada um atuar no seu meio e ESTUDAR MUITO antes de obrigar as pessoas a aceitarem verdades sem embasamento.

Eu estudo muito e admiro demais quem faz o mesmo. Mas eu só posso (e só devo) ser Jornalista e Produtor de Conteúdo; nada mais do que isso!

Vacina? Eu quero! Quero MUITO! E é preocupante saber que não tenho perspectiva de quando vou receber a minha.

Todavia, acho que faltam outros tipos de vacina. A da RESPONSABILIDADE é uma delas.

Precisamos de doses cavalares da Vacina da Responsabilidade! Há muitos modismos, mas ser responsável é da essência, e não uma onda que vem e vai embora a qualquer momento.

Enquanto eu estava escrevendo esse texto, não saía da minha cabeça o verso da música Dança do Quadrado: “ado – aado – cada um no seu quadrado”.

Deixo o link aqui pra todo mundo curtir (https://www.youtube.com/watch?v=Ktgsn_G59os)

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