2020 foi – e ainda é – um ano marcado por uma série de avanços e retrocessos. O que parecia apenas mais um período de doze meses de trabalho e diversão tornou-se uma das fases mais controversas dos últimos cem anos. A Pandemia do Covid-19 escreveu um capítulo à parte na nossa história.
Começamos a acompanhar os avanços da doença pelo mundo, em especial na China. Todavia, inocentemente, não imaginávamos – eu fui um desses – que chegaria até aqui (e que nos atingisse dessa maneira).
Quando chegou, em poucos dias, colocou as nossas vidas pessoais e profissionais de cabeça pra baixo. Desemprego, cancelamento de contratos, falências; de uma hora pra outra, tudo (ou quase tudo) o que construímos foi abalado substancialmente.
Falando especificamente do nosso país, percebemos (já sabíamos disso, né?) que o Brasil não estava preparado estrutural e psicologicamente para dar suporte a tantas pessoas doentes e sem as mínimas condições de comer e pagar as contas. E, com isso, o caos se instalou de norte a sul.
Não vou me aprofundar nos escândalos de roubo e superfaturamento, muito menos nas questões políticas que colaboraram para o aumento da crise. Quero fazer um recorte apenas do início e do daqui pra frente.
O futuro, como será?
Quem faliu, terá suporte para recomeçar?
Quem perdeu seu emprego, encontrará ofertas de reposição?
Quem ainda está adoecendo, será bem tratado, em especial no SUS?
Quem perdeu pessoas queridas, encontrará motivos e cuidados para, psicologicamente, superar a dor?
Quem continua negligenciando o distanciamento e o uso de máscaras continuará fingindo que tudo está sob controle?
Teremos condições de encarar mais uma onda de caos financeiro e de mortes?
Sim, esses e outros questionamentos devem fazer parte de nossa análise diária. Não basta jogarmos a culpa nas autoridades (que têm muita responsabilidade por tudo de ruim que aconteceu/acontecerá); todos nós temos uma fatia e devemos assumir isso.
Até quando continuaremos a fugir daquilo que nos cabe?
Até a vacina chegar, continuaremos a aguardar “pacientemente” que o outro tenha atitudes por ele e por nós?
Por fim: e depois da vacina? Tudo ok?
Não, claro que não!
Estamos em meio ao caos! E, para alcançarmos a glória amanhã, precisamos assumir hoje aquilo que deveríamos ter feito ontem e anteontem.
Senão, novos “COVIDs” voltarão a dizimar o mundo; o meu mundo, o mundo de todos nós.